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Castas Pisqueras Não Aromáticas

Quebranta

A variedade desta uva é originária do vale de Pisco, que resulta da mutação genética da uva preta trazida pelos espanhóis, induzida pelas condições ambientais do chão pedregoso e do clima desértico próprio deste vale, estende-se também aos vales de Lima, Ica, Arequipa, Moquegua e alguns vales do departamento de Tacna onde existem condições semelhantes. Esta uva é de um sabor inconfundível que dá um gosto peculiar ao Pisco. Segundo o investigador Fernando Rovira, a quebranta tem uma bago quase redondo, uma pele dura e grossa, a sua polpa é carnosa e doce mas um bocado áspera ao paladar. Pode considerar-se uma variedade peruana por excelência por ser única, a rusticidade faz que seja resistente ao bicho da filoxera, a tal ponto que se registou a presença de nódulos e do insecto mesmo nas raízes da videira sem afectar a produção da uva. Esta característica faz que os pés da uva quebranta possam usar-se como porta enxertos. (Fernando Rovira, La Industria del Pisco en el Perú, Instituto Nacional de la Promoción Industrial, Banco Industrial, Lima, 1966.)

Uvina

Uma casta tradicional do vale de Lunahuana, apresenta bagas pequenas de tons azul preto, cacho grande e abundante. A sua origem é um mistério mas tem-se adaptado bem às condições climáticas de Lunahuana, Pacarán e Zuñiga. É a primeira casta peruana foi inscrita no Registro Mundial Ampelográfico na França. A peculiaridade desta casta é que só se dá num microclima específico não havendo outro lugar fora onde se dê com sucesso. A sua leve altitude de 550-650 sobre o nível do mar, o sol durante todo o ano e o cascalho do chão criam o lugar perfeito. O mistério é ainda maior por ser uma casta que tem uma alta concentração de flavonoides o antioxidante mais completo do corpo humano, o que faz da zona uma terra de povoadores com elevada longevidade.

Negra Criolla

Uma variedade dos vales de Moquegua e Tacna, possivelmente a mais antiga das variedades trazidas pelos espanhóis, as suas cores de forma irregular vão desde tons violeta vermelho até ao vermelho azul, são redondas de tamanho médio e de abundante produção. Os Piscos desta casta são muito agradáveis e estruturados em boca com ampla persistência. Na nariz evoca ligeiros aromas a verde e pasto recém cortado.

Mollar

Esta uva de cor cobre produz-se em pouca quantidade pelo que, em geral, encontra-se misturada plantada com a uva quebranta, pode ser branca ou tinta, é originária das ilhas Canárias, o seu nome vem da forma como se conduz a videira sobre paus da árvore de “molle” que servem como tutor e como agente de protecção contra algumas doenças criptogâmicas.

Castas Pisqueras Aromáticas

Moscatel

Da palavra castelhana “moscatel” que provem do catalão. Possivelmente de origem de Alexandria é de pouca produção pelo seu baixo rendimento, mas produz os Piscos mais elegantes e sofisticados.

Torontel

Pertence à família dos moscatéis, na França é usada na produção de vinhos muito apreciados no mundo, tem pele de côr verde pálido que com a acção do sol se tornam douradas. Os Piscos que produzem são elegantes e de aromas delicados que recordam frutos tropicais e flores brancas.

Italia

ITALIA A mais usada das variedades aromáticas, é cultivada em todas as regiões produtoras de Pisco, de produção abundante, esta uva produz Piscos com aromas amoscatelados, estrutura ampla em nariz com reminiscência de frutas tropicais e final a passas. É possível que seja uma variedade da Moscatel de Alexandria já que se adapta bem às condições de calor.

Albilla

Esta variedade é de cachos grandes e cónicos que podem chegar a pesar dois quilogramas, os bagos são redondos e translúcidos, médios, de tons verde-claro e amarelo. Produz Piscos de aromas muito frescos e de passo aveludado. É a menos intensa mas na produção de Piscos Acholados é a que dá a sua melhor qualidade.